Allany Fernanda, de 13 anos, faleceu na madrugada desta terça-feira (4/11) após ser baleada na cabeça em uma quitinete em Ceilândia. A menina foi transferida do Hospital Regional de Ceilândia para o Hospital de Base por volta das 22h12 de segunda-feira, mas não resistiu e morreu às 1h47. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o suspeito é Carlos Eduardo Pessoa, de 20 anos, que foi preso em flagrante por feminicídio. Ele alegou que um rival invadiu o local para matá-lo e o tiro acertou Allany por engano, mas a delegada Mariana Almeida, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam 2), considera a versão mentirosa. Laudos iniciais revelam marcas de mordidas da vítima no peito e no braço de Carlos, indicando uma luta no local do crime, onde também estava uma amiga de Allany, cujo depoimento é visto como crucial para as investigações.
A polícia ainda apura o grau de envolvimento entre o suspeito e a vítima, incluindo se Allany foi à quitinete por vontade própria ou à força. No local, peritos encontraram cápsulas de bala, mas a arma não foi localizada, e o ambiente era empoeirado, com um colchão no chão manchado de sangue. Carlos, que tem passagens por roubo, tráfico de drogas, receptação e lesão corporal, além de possível vínculo com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), acionou a Polícia Militar (PMDF) após o disparo, o que os investigadores veem como tentativa de despistar. Em audiência de custódia, a Justiça decretou sua prisão preventiva, e ele deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda. A mãe de Allany, Ivani Oliveira, de 42 anos, afirmou desconhecer o suspeito e relatou que a filha saiu de casa no sábado para visitar a avó no Setor O, mas acabou em Ceilândia Norte, de onde fez uma videochamada à noite.
Este é o segundo feminicídio envolvendo menor de 18 anos no DF em 2025. O primeiro ocorreu em fevereiro, quando Géssica Moreira de Sousa, de 17 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro Vandiel Prospero, de 24 anos, dentro de uma igreja em Planaltina, na frente da filha de 2 anos. Géssica estava grávida e deixou duas filhas. Com a morte de Allany, o Distrito Federal registra 25 casos de feminicídio neste ano, destacando a persistência da violência de gênero na região.